De quem é a culpa?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AMOR FUTURO

(Trilha sonora: Joni Mitchell)


Será o calor do próximo amor
tão bom e terno quanto este café
que me desce a boca?

Ou será tão leve e perigoso
quanto a fumaça dos cigarros
que inflam meus pulmões?

Será o mesmo misto de vida
e morte
que chega de surpresa
me negando escolha?

Sob a forma de que corpo
os verbos amar, alegrar,
consolar, repartir,
sonhar, conviver, sofrer,
irritar, dormir,
brigar e confidenciar
e gozar
serão conjugados?

Me carregará
para um lugar em que
eu não serei mais eu
para tentar ser eu de novo?

Ou será só alegria,
finalmente autônoma força
que escreverá em mim
mais um pouco de minha história?

Sei, só,
que tatuará na carne da minha alma
novo mapa,
talvez com cordilheiras,
planícies, platôs,
vales profundos
e litorais de contornos
imprevisíveis.

(Renato Gimenes)

3 comentários:

  1. adorei o poema, mas pra mim café tem que ser forte e amargo !!!

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  2. Às vezes leve, suave à memória, mas sempre perigoso, letal como o prazer de um trago repleto de nicotina. Cuidado com o amor.

    Meu caro poeta, seus textos são lindos. Parabéns.

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  3. Esse amor...
    Será um amor sublime...
    Delicicoso ao que degustares amor e café (calor, cheiro e sabor).
    Será cumplicidade e calmaria.
    Será colo e aconchego.
    Será um sonho bom cheio de realidade.
    Será uma morada, enamorada.
    Fará o teu ser no teu próprio ser.
    Os verbos amar, alegrar,
    consolar, repartir,
    sonhar, conviver, sofrer,
    irritar, dormir,
    brigar e confidenciar
    e gozar e compartilhar serão conjugados
    ao perfume de um amor tranquilo, tranquilo amor.
    Eu no teu verso...
    entrega e plenitude.

    Mila

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