De quem é a culpa?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PARA VÊNUS (de Marcos Salvatore)

by Auguste Rodin
24/04/1996

Num longo teste aos sentidos
Desprovimos a alma de toda e qualquer culpa
O tempo sombreia as cicatrizes da guerrilha
------- fome, violência, consentimento...

Um olhar longínquo nos espreita.

Cálida cortesã de livros calados
Envolve em sedas e jóias
Seus espíritos conjuntos
Enquanto matérias históricas e visíveis.

Naquela época era comum
Hoje cortesãs são moças de família
Que leem a Bíblia e temem o inferno
Mas que se vendem ainda por glórias terrenas.

Agrada-me o toque tão sutil de sua voz
Tão tremula e almiscarada
Em minhas reflexões apaixonadas
Todos os espelhos têm o seu reflexo.

As correntes já entraram em seu outono
E o meu corpo de folhas coberto
Mais parece crescido da terra
Inerte de frio.

Napoleão dorme nos poemas de coragem e revolta
Suas vitimas dormem para sempre inéditas
Já não corre seu cavalo branco
Nem seu dedo aponta mais para armas.

Lírios. Lírios
Rezem, orem por ela
Pela jovem dama de alfazema e talco.

Um comentário:

  1. Escrevi na noite em que conheci a mãe da minha filha, a mulher da minha vida bandida.

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