De quem é a culpa?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

MÁ, MAS MINHA

Eu vi seu rosto pálido e pacífico -
e era morte.
A mesma que contava os segundos da vida
- que era espera.
E aquela espera que se prolongava
era sina,
Com a qual eu não concordava
- má, mas minha.

Enquanto a linha que eu desrespeitava
era fronteira,
do desrespeito algo em mim transbordava -
e era vida!
A mesma contada em segundos pela morte
- mas era minha!
Riso preciso contra a morte cronométrica
que era minha.

E se o que me tonteava era álcool
e era paz,
Não era susto o que me deixava lívido:
era o tempo
que me descoloria aos poucos
e me descobria
e me deixava finito em meu desejo -
era perda.

Como não era contentamento que não me cabia -
Era vida!
Que o próprio tempo não comportava -
Era minha!
E não era memória o que me ligava ao passado -
era delírio,
nem era choro ou perda o que me comovia -
era vida.

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