Desejo voar como poeira
que não precisa saber
se é pele ou se é pólen
para dançar com o vento
E desejo brilhar como estrela
cuja luz fulgura
nos olhos que veem
o que ela já não é
E desejo habitar a fenda
entre a palavra e o objeto
e ser o engano equidistante
que cria uma compreensão
Porque venho de tudo
que não é um Eu
mas que sempre foi mundo
E desejo ser um “e”
que tudo liga
quando faz o seu próprio lugar
(Renato Gimenes)
Querer ser tudo e tão pouco ao mesmo tempo. Uma partícula, um feixe, um pensamento, uma ponte integrando todos os cantos e a si mesmo. Bonita imagem.
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