O tema proposto refere-se à última frase do conto “Em todos os sentidos”, da grande escritora Maria Lúcia Medeiros.
Se é de sangue
a lição aprendida
para quem mergulha
No Abismo,
Eu devo dizer
Que estive lá,
Bem no fundo!
E mergulhei
No rio de sangue
que nele corre.
a lição aprendida
para quem mergulha
No Abismo,
Eu devo dizer
Que estive lá,
Bem no fundo!
E mergulhei
No rio de sangue
que nele corre.
E aquele sangue abissal
Penetrou nas minhas veias
E me instalou o abismo
Quando mergulhei
Em mim mesmo.
Penetrou nas minhas veias
E me instalou o abismo
Quando mergulhei
Em mim mesmo.
E aquele sangue
Era escuro
Era gelado
Era sombrio
Era feio
Era feito
Veneno
Tinha efeito
Alucinógeno
Tinha desfeito
Meu mundo
Quando o tingiu
Com suas tintas
De desejo
de finitude
e de morte.
Aquele sangue
Era meu!
E, mesmo hoje,
- Depois de tantas sangrias,
Depois de tanta profilaxia, -
Algo dele ainda corre
Em mim
E me traz
À consciência
A proximidade
Do Abismo
Que multiplica-se
Pelas coisas,
Pronto
Para rachar-lhes
A superfície
E continuar
Sua lição
Sanguinolenta
A cada mergulho:
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar no outro.
Quando se abisma
Ao mergulhar no outro.
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar no hímen.
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar na pele.
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar só.
Sangra-se
Quando se sabe
Que se sobrevive
Ao abismo
Quem galvaniza-se
Na dor
Bichô,
ResponderExcluirGostaria de lhe dizer pessoalmente o que achei do poema, pois ele está repleto de climas e texturas, de aspectos e superfícies que nos permitem identificar ou distinguir tempos e espaços.
O poema é incrível.
RENATO, CHOREI MUITO AO LER TUA VERSÃO. LINDO.
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