De quem é a culpa?
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
ABRIGO N° 1 (de Marcos Salvatore)
sábado, 29 de janeiro de 2011
NENHUM MERGULHO É POSSÍVEL SEM SANGRAR (Por Eva Füresz))
O tema proposto refere-se à última frase do conto “Em todos os sentidos”, da grande escritora Maria Lúcia Medeiros.
Porque eu mergulho.
Para te olhar,
Eu preciso sangrar.
Para te sentir,
Eu mergulho.
Sangrar e mergulhar?
Ou será mergulhar e sangrar?
Pouco importa.
Ainda sim,
Mergulho e sangro
VIDA!
(Por Eva Füresz)
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
PAPO DE PARAENSE (de Jhones Lobato)
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
ABRIGO II (de Ana Maria Rocha)
vivo a ilusão,
a esperança do teu abrigo,
o meu é a solidao
A solidão do meu contigo
Jardim (Por Milton Meira)
No livro
Cala uma sombra.
Nega-se a palavra...
Rega-se uma imagem.
Milton Meira - um engenheiro formado em Belém do Pará que além dos elementos que regem a construção, dedica-se, também, às artes, sem compromisso com as palmas acadêmicas.
miltonaugustomeira.blogspot.com
NÓS - pelo traço implacável de Paulo Emannuel
NENHUM MERGULHO É POSSÍVEL SEM SANGRAR (VERSÃO PAULO EMMANUEL)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
EXISTÊNCIA (de Juliana Calonico)
Há um vazio
Uma vontade de fugir
Há um espaço em branco
Lacunas não preenchidas
Existem vãos
Onde ficarão resquícios de vida
Existem versos perfeitos
Que na prática concretizaram
Houveram poesias
Juras
Entre poetas
Que em silêncio se amaram...
"NENHUM MERGULHO É POSSÍVEL SEM SANGRAR" (Por Fabio Castro)
O tema proposto refere-se à última frase do conto “Em todos os sentidos”, da grande escritora Maria Lúcia Medeiros.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
NENHUM MERGULHO É POSSÍVEL SEM SANGRAR (versão Vilhena)
O tema proposto refere-se à última frase do conto “Em todos os sentidos”, da grande escritora Maria Lúcia Medeiros.
Trilha Sonora: Sinfonia Nº 5 em Dó Sustenido Menor (Gustav Mahler).
BRISA (de Marcos Salvatore)
MARTA MORTTA BLUES (de Marcos Salvatore)
você não tem noção
de como estou me sentindo
de como ando toda assim
de mão beijada
bêbada
vendo o corpo para me consumir
vou tentar me perguntar
um porquê que não adivinho
de transar com quem quiser
me amar ou pagar
uma taça de vinho
mas vou dar a volta por cima
eu vou me cuidar
me levar para outro lugar
isso é o suficiente pra mim?
talvez não, quem sabe?
eu sou controversa, eu grito,
só sei assim
pavio curto, eu sou péssima
busco prazer em bocas e tatos
de arte e cultura – eu admito.
depois me enturmo com os ratos
teoria pura, fardo leve
de mesura gasta, obscura
de preencher qualquer espaço
essa batalha é só minha
- por que tem sempre tanto a dizer?
sou uma recriminação passageira
papel higiênico usado
para escrever conjecturas indefesas
tenho desenhado você
em letras carmim,
nas paredes dos bares da vida
poesias te chamando de querido ou querida,
com palavrões de transa franca
- doida é o teu xiri!
venho esperando por caronas de lugares vagos,
amantes ou amigos que sempre me ofereçam um trago
você me ligando, implorando
sem dor,
nem dívidas,
apenas pensamentos claros
só que eu cobro mais caro
você não
- a dúvida morava somente em seu perdão
e o meu te guardava
sempre uma nova canção
maliciosa,
perene,
inútil,
destra suja;
eu me lembro,
eu voltei,
eu voltei,
eu voltei...
eu falo mesmo,
mas exijo
quer mesmo saber?
se não quer e não sabe,
eu não digo,
ou melhor
vai te foder,
vai mesmo por esta,
eu insisto e não calo
há essa hora
atrás dessa porta
- "num sô doida"
só não quero lembrar
que você foi embora
POR OCASIÃO DOS 395 ANOS DE BELÉM DO PARÁ
(Trilha sonora: Cesarea Évora & Pedro Guerra, "Tiempo y Silencio"; R.E.M., "Everydody Hurts")
De que te defendes, cidade?
Os teus canhões, para onde apontam?
Quem eles querem afastar?
Teus corsários franceses?
Já se foram.
Os piratas ingleses?
Não vieram.
Os invasores holandeses?
Não chegaram...
Os galeões espanhóis?
Naufragaram...
Teus índios aldeados?
Já desceram,
Já morreram,
Já renasceram
Em outros contextos mais pobres.
De quem te defendes, cidade?
De mim – que teme os teus ratos?
De mim – tão preso a contratos?
De mim – e meus amigos rotos?
De mim – e minha lucidez de tragos?
De mim – estudioso dos teus textos tortos?
De mim – perdido em teus interstícios vários?
De mim?
De mim?!?!
Ah, cidade,
Somos feitos da mesma matéria -
Sonho, cimento e mania.
Miramos a mesma liberdade -
Vastidão da tua baía.
Partilhamos do mesmo destino -
Porto de chegada e partida.
Banhamo-nos no mesmo desgosto,
Imersos em vulgaridade colorida.
Irmanamos na mesma penúria -
Artigo de camelô da esquina.
Nos ferimos em auto-flagelo -
Sangue em devoção à Maria.
Habitam-nos as mesmas mulheres:
Meu Amor, filha e filha.
Motorizados na mesma pressa
De trânsito, calor e agonia,
Testemunhamos a mesma miséria -
Lixo e mendigos nas guias.
Lavamo-nos na mesma chuva -
Força que as tardes esvazia,
Seguimos os mesmos passos
Na dureza da lioz pedraria.
Contemplamos os mesmos monumentos -
Sobras de galicismo e lusofilia.
E de memória traçamos itinerário
De cosmopolitismo e história tardia,
Por entre as velhas fachadas das casas
E seus rostos de azulejaria.
Sob as sombras verdes dos parques
Entre turistas, grama e argila,
Espero com minha parca crença
De perspectivas, criação e poesia,
Que tua mutêz ruidosa ouça
- mesmo que não seja ainda -,
Meu rogo a ti, cidade à deriva:
Não me apontes teus canhões por um dia.
(Renato Gimenes)
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
INSTANTÂNEO (XX)
Comer
Do frio pastel de nada
Com gosto de pena
Tunel de passagem
Do suor ao vazio
Sob a chuva.
ALEGRIA DO FALO EM SUA LÍNGUA (de Marcos Salvatore)
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Ora, merda
NÃO TEM NADA DEMAIS (de Marcos Salvatore)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
O revelado
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Harold's Uordi (de Paulo Emmanuel)
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
CONTUMAZ (de Celi Abdoral )
Ando muito apaixonado pela Celi, mas não conheço sentir o que sinto sem viver o que sinto, por isso estou postando um poema/comentário sensacional, que revira alegria e salta pro amor; presente dela para o meu "Mergulho sem sangrar". Tomei a liberdade de também dar um título.
Beijos do Sal.
tava muito bêbada.
já foi acordar com o sol
esquentando o colchão.
levantou de mansinho,
mas, chutou sem querer,
uma carteira de cigarro amassada
que perambulava pelo quarto.
fuçou a casa na ponta dos pés
passando os dedos em tudo o que via.
(entediou-se)
decidiu voltar pra cozinha,
andava nua.
a pia tava um lixo, a casa uma bagunça;
não ligou.
catou dois copos, uma panela e um coador.
acendeu a boca do fogão com um isqueiro gasto
que só servia mesmo pra isso.
Fez café. Preto.
adoçou.
serviu os copos e levou para o quarto.
parou na porta e ficou olhando.
passou a mão na bunda dele
(deu beijinhos)
acorda vadio....
(grunido)
fiz café.
ai que ressaca, quero água.
cara a tua cozinha tá uma bagunça
e a pia um nojo (riu...)
(beijo na boca)
po-de-crê.
deu um puxão nela pro colchão
viu??também sou bom de judô,
esqueci de te dizer isso ontem.
vem cá vem.
[...]
treparam o dia todo
e por mais três dias.
o resto, a casa, a bagunça;
todas as outras coisas
ficaram lá
coaguladas na indiferença.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
NENHUM MERGULHO É POSSÍVEL SEM SANGRAR (POR RENATO GIMENES)
O tema proposto refere-se à última frase do conto “Em todos os sentidos”, da grande escritora Maria Lúcia Medeiros.
a lição aprendida
para quem mergulha
No Abismo,
Eu devo dizer
Que estive lá,
Bem no fundo!
E mergulhei
No rio de sangue
que nele corre.
Penetrou nas minhas veias
E me instalou o abismo
Quando mergulhei
Em mim mesmo.
E aquele sangue
Era escuro
Era gelado
Era sombrio
Era feio
Era feito
Veneno
Tinha efeito
Alucinógeno
Tinha desfeito
Meu mundo
Quando o tingiu
Com suas tintas
De desejo
de finitude
e de morte.
Aquele sangue
Era meu!
E, mesmo hoje,
- Depois de tantas sangrias,
Depois de tanta profilaxia, -
Algo dele ainda corre
Em mim
E me traz
À consciência
A proximidade
Do Abismo
Que multiplica-se
Pelas coisas,
Pronto
Para rachar-lhes
A superfície
E continuar
Sua lição
Sanguinolenta
A cada mergulho:
Quando se abisma
Ao mergulhar no outro.
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar no hímen.
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar na pele.
Sangra-se
Quando se abisma
Ao mergulhar só.
Sangra-se
Quando se sabe
Que se sobrevive
Ao abismo
Quem galvaniza-se
Na dor
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
FRAGMENTOS (de Ana Maria Rocha)
CRONIKETA (V)
Bate-papo animado entre quatro pessoas numa pizzaria. Uma delas pergunta para a outra pessoa que chegou atrasada:
- Por quê tu chegaste só agora? tu moras aqui em frente.
- É que eu estava terminando de ver um filme: Moiséis.
- Ele é aquele que divide o mar?
- É... é aquele que pega a varinha e arrasa.
- Porra! Transformaste um cajado numa varinha. Ele não foi uma fada, ele foi um pastor, lembras? Rebanho... Ovelhas...
- Eu sei! Ele é aquele cara dos doze mandamentos. Que horas são?
- São dez!
- O quê? Dez horas já?
- Não! São dez mandamentos. Oba! Chegou a pizza. Graças a Moiséis.
Risos e engasgos simultâneos...
- Tá vendo! come devagar.
- Tá bom... tá bom... vou comer...
(Por Fabio Castro)
NAQUELA NOITE DE LIBERDADE
Naquela noite em que tu me despiste
Da vergonha e das travas,
Do medo da lava,
Do pudor de mim mesmo
E de minhas memórias passadas,
Naquela noite
A cidade foi nosso quarto!
E cobrimos todos os vidros
Com um misto
de transpiração e orvalho.
Naqueles vidros, amor,
desenhamos nossos jogos
e rimos de nossos empates!
Naqueles vidros, amor,
Rascunhamos nosso futuro
e riscamos a dedo nossos nomes,
assinando nossa existência.
Naquela noite que você se fez turba
E queimou minhas Bastilhas
E implodiu meus gulags
E enforcou os meus juízes
E me apresentou o oxigênio,
Naquela noite
a rua foi nossa cama!
E cada luz de poste
Cada farol de carro
Cada luz de patrulha,
Aquelas luzes, amor,
eram fracas diante
do nosso olhar de liberdade!
Aquelas luzes, amor,
eram tímidas testemunhas
De uma nova soberania,
De um novo poder nascente!
Naquela noite, amor,
Eu, desterrado,
Migrante, exilado,
Finalmente aportei,
Pisei terra firme,
Caminhei esperançoso
Em minha vida nova,
Em minha outra língua,
Conhecendo os sinais
de um novo país.
Naquela noite, amor,
Passaste a ser
Sob forma de mulher
Os campos abertos
As ruas da cidade
As estradas livres
As praças arborizadas
As dunas de areia
As datas e declarações
De Independência.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
PURA IDADE (de Marcos Salvatore)
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Chavão
Trilha Sonora: cristais de um mensageiro-do-vento no prenúncio de uma tempestade.
O coração escuta os gritos
palavras não ditas
as benditas
as malditas
que sua voz profere
e fere.
O coração disfarça descaradamente
o que mente
o que sente
na redoma negra
da nicotina
(Ah, menina!)
da bebida
afogada ressentida.
O coração, pobre coração
esta máquina de ilusão
não se contenta
com o que aguenta
e tenta
tensa, veloz, lenta
alçançar por fim o chão
da terra-perdição.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
PONTO SUPRA-EXTERNO (de Marcos Salvatore)
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
BREVIDADE (de Marcos Salvatore)
A vontade é o combustível do desejo
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
INSTANTÂNEO (XIX): PORRE CÓSMICO
Beber na lua.
Dormir na Terra.
Acordar em Júpiter.