Trilha Sonora: Buzinas e gritos de uma final de Libertadores em Sampa.
Ela
dançava desconjuntada,
Eu
bebia desesperado.
Fumava
sim!
Simultaneamente
à dança dela.
-
Já vão?
-
Não. Depois...
Os
braços na fumaça do último acorde
Do
primeiro segundo do para-sempre.
O
cigarro queimando sobre a tinta da noite,
As
calçadas,
Uma
sinfonia decadente.
Alguém
declama a vida inteira na sarjeta,
Alguém
retoca o batom nas buzinas,
Um
te amo no gozo de um nada.
-
Tem moeda prum sorriso?
-
Tenho! Mais que uma moeda. Tenho o troco de um beijo. Muito além que um gozo,
além que a sarjeta, além que o nada, mas aquém de um sorriso.
A
música vai e vai,
Enquanto
o mendigo recita tragédia com compaixão.
Compaixão
com maçãs de açúcar.
Açúcar
sexo com infinito.
Infinito
no acorde do violão.
E
ela se amava desconjuntada.
Caem
a noite e os olhos, e a música não.
Caem
os copos e os corpos, e a dignidade não.
Caem
os sonhos e os anseios, e a realidade não.
Cai
o batom dela no chão, e ela não.
Apenas
agachou para apanhá-lo.
Não vou comentar isso aqui. Só ficar lendo e admirando e montando mental e sensorialmente a cena. E invejando não estar lá mas entando feliz por ter a cena em mente!
ResponderExcluirDigo, estando. Ah, vocês entenderam!
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