(por Marlon Vilhena)
Trilha Sonora: Come Down (Bush), versão acústica; Merman (Tori Amos).
A última rosa morreu. Não mais água, não mais adubos, não mais amores. Dela sobeja um broto de saudades a reclamar, murcho, por vida.
A última rosa morreu: um raio de luz que veio e passou pela única fresta da porta dos fundos. Cansou da espera pelo paraíso e pelo perdão dos homens. Fechou os olhos, baixou as pétalas. Ouviu a brisa, respondeu amém. Espinhos tortos. Mão nenhuma para sangrar. Sem lágrimas nem salvação. Morreu última, cálida, soberana. Passam nuvens, passa o sol, vem a lua, volta o sol. Morreu a rosa só. Só. Palavra imensa de morte a reclamar, mínima, por vida.
É curioso notar como certos textos parecem ter uma relevância muito pessoal, dependendo do ponto de vista de quem o lê. Intrigante.
ResponderExcluir(antinomia)
ResponderExcluircomo morro e me despetalo todo dia,
após cada mal-me-quer
de bem-me-quer, mal-me-quer.
vou seguindo nessa partida sem agonia
conta a conta
a cair
no entardecer do anoitecer do fim do dia