Do anonimato
digo que é um lugar de liberdade
lugar de vozes sem boca
expressões sem rosto
palavras sem identidade
- a não ser aquela
criada por elas mesmas.
Bem-estar, proteção, comodidade.
Alegria de ver sem ser visto:
Aconchegante panopticon -
alegria e benção de invisibilidade.
Com o anonimato
consegue-se
essa conversa estranha
entre estranhos.
Conversa de
palavra pura
por palavra pura.
E, com efeito,
do anonimato
se segue a conversa
entre o anônimo
e o homônimo.
Mas, da conversa
entre o anônimo
e o homônimo,
quem leva vantagem?
O que se faz
quando não se conta
com heterônimo
ou pseudônimo?
O que se faz
quando se é, apenas,
homônimo
e irritantemente aprendiz?
O homônimo persiste
no seu único direito
- defeito -
de continuar errando
de uma palavra à outra
de uma tentativa à outra
em busca de consistência,
tentando conquistar
por prêmio
o direito de transformar
o homônimo
em assinatura.
O homônimo espera que,
do anonimato
e de sua liberdade
absoluta e
desproporcional,
vozes peçam mais,
vozes peçam menos,
vozes peçam retoques,
supressões,
níveis de qualidade.
Vozes peçam,
imperativamente,
o que querem.
Produto pronto,
mas não processo?
Pedem sucesso?
Com certeza,
não pedem errância.
Quando errar
é tudo o que pode
o homônimo.
Alegria de ver sem ser visto:
Aconchegante panopticon -
alegria e benção de invisibilidade.
Com o anonimato
consegue-se
essa conversa estranha
entre estranhos.
Conversa de
palavra pura
por palavra pura.
E, com efeito,
do anonimato
se segue a conversa
entre o anônimo
e o homônimo.
Mas, da conversa
entre o anônimo
e o homônimo,
quem leva vantagem?
O que se faz
quando não se conta
com heterônimo
ou pseudônimo?
O que se faz
quando se é, apenas,
homônimo
e irritantemente aprendiz?
O homônimo persiste
no seu único direito
- defeito -
de continuar errando
de uma palavra à outra
de uma tentativa à outra
em busca de consistência,
tentando conquistar
por prêmio
o direito de transformar
o homônimo
em assinatura.
O homônimo espera que,
do anonimato
e de sua liberdade
absoluta e
desproporcional,
vozes peçam mais,
vozes peçam menos,
vozes peçam retoques,
supressões,
níveis de qualidade.
Vozes peçam,
imperativamente,
o que querem.
Produto pronto,
mas não processo?
Pedem sucesso?
Com certeza,
não pedem errância.
Quando errar
é tudo o que pode
o homônimo.
Renato Gimenes
Grande Renato,
ResponderExcluirComo estás? Nunca mais os encontros na padaria, heim???
Bem, como fazemos para efetivar uma parceria entre o palavras de Ontem e o Bigode do Meu Tio?
Vocês já estão "linkados" no blog.
Mande notícias.
José Neto
Penso que o blog poderia grafar que o anonimato é vedado tal qual determina o Art. 5º, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil.
ResponderExcluir"é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" ou moderar os comentários para que não leiamos posts que firam suscetibilidades mas só elogios.
PS: Renato, essa relação homônimo e anônimo tá tão pele com pele que até repele, será que rimou ?
De forma repelente, rimou.
ResponderExcluirRenato,
ResponderExcluirObrigado pela resposta, afinal, sobre rima V.Sa entende muito. Abraços.
O "repelente" pode ser estendido ao poema.
ResponderExcluir